quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Perigo mora na distração

Com o aumento da frota mundial - cerca de 1 bilhão de veículos de todos os tipos, sem incluir os de duas rodas - uma das maiores ameaças à segurança é a distração ao volante. Esse ponto tem merecido estudos por parte de universidades, associações e clubes de motoristas e, mais recentemente, dos próprios governos. Nos EUA, por exemplo, onde afrota circulante é de 250 milhões de veículos, o Ministério dos Transportes (MT) criou umsite chamado distraction.gov especificamente para cuidar do tema. De forma didática, começa por classificar os tipos de distração:

"Visual - olhos desviados do caminho", "Manual - mãos fora do volante", "Cognitiva -pensamento longe do ato de dirigir".

Explica que dirigir distraidamente é qualquer atividade desligada desse ato, com potencialde drenar atenção da tarefa primária e assim aumentar a probabilidade de acidentes. Existe um hábito do motorista médio americano de escrever e enviar torpedos por celular, enquanto está ao volante, o MT considera alarmante por envolver aqueles três tipos de distração. Há pouco mais de um ano várias leis estaduais proibiram receber e enviar mensagens de textos, pois não estava prevista essa transgressão quando os códigos de trânsito foram criados. A fiscalização, no entanto, é difícil.

Também são listados alguns exemplos das distrações mais comuns ao conduzir um carro:

Usar telefone celular; fumar, beber e comer; conversar com os passageiros; ajeitar a aparência (da gravata à maquiagem); ler, inclusive mapas; usar agenda e o GPS; assistir a vídeo; mudar estação do radio ou faixas de CDs; pegar e guardar objetos. Obviamente háescala de importância nessa classificação.

Mais de 90% dos modelos vendidos nos EUA são automáticos e, portanto, uma das mãos não é usada para trocar marchas. Daí a possibilidade de dirigir e falar ao telefone commenos interferência. Da mesma forma, um dispositivo de viva-voz é menos perigoso doque segurar o celular. Utilizar o telefone, mesmo com o sistema de mão livres, tem sido condenado em estudospor se assemelhar a erros cometidos por motorista alcoolizado. Porém, deve-se considerarque boa parte dos motoristas está consciente de que deve exercer ainda mais atenção nessas circunstâncias. Embora o ato de dirigir não deva ser automatizado, existem diferenças dehabilidade entre as pessoas e de capacidade de multi-tarefas, sem comprometimento severoda segurança.

Daí a resistência de banir a utilização do viva-voz, que continua permitido, mesmo onde hárestrições ao telefone. Segundo investigações do Instituto de Dados sobre Perdas nasEstradas Americanas, em todos os estados em que existe alguma lei contrária ao celular, onúmero de mortos e feridos ficou estabilizado entre 2004 e 2009, apesar do aumento dafrota. Deste modo, em oposição à teoria, não se confirmou relação substancial de causa-efeito.

Fonte: Jornal do Brasil

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